Varoufakis diz ao PS que não se comprometa com regras da zona euro
"O PS não se deve "comprometer com regras que sejam fundamentalmente irracionais", devendo advogar, pelo contrário, por regras racionais e democráticas dentro da zona euro, sublinhou Yanis Varoufakis, que falava numa conferência de imprensa, posterior ao discurso proferido na aula inaugural dos programas de doutoramento do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
"Há um debate dentro do PS sobre se deve haver uma aliança com partidos de esquerda. Alguns deputados estão prontos para que isso aconteça, mas desde que haja um acordo de que o Governo jogue pelas regras da zona euro e do Eurogrupo e manter-se fiel aos compromissos que Portugal tem na União Europeia. Esse é o problema. Os compromissos não se podem cumprir", sublinhou o ex-ministro das Finanças grego.
Segundo o economista, as regras europeias não estão a resultar, porque nem Portugal, nem a Grécia, nem a Alemanha conseguem respeitar as regras. "Se a zona euro quer ficar segura, temos de violar estas regras por acordo e criar novas regras nacionais".
Yanis Varoufakis sublinhou que "Portugal não pode escapar a esta crise sozinho", assim como os restantes países da zona euro. "Teremos de ter uma conversa, que não temos tido, sobre como escapar a esta crise, ao invés de continuar a aplicar austeridade que continua a replicar a crise", frisou.
Quanto a uma saída de Portugal ou da Grécia, o ex-ministro grego referiu que "há forças na Europa que querem encolher a zona euro".
O ex-ministro das Finanças grego falava depois de ter proferido uma conferência intitulada "Democratização da zona euro", que decorreu no auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
O auditório foi demasiado pequeno (472 lugares sentados) para o público que se dirigiu à Faculdade de Direito para ouvir Varoufakis falar, com largas dezenas de pessoas de pé a assistir à conferência.
Varoufakis foi ministro das Finanças do primeiro governo de Alexis Tsipras e dirigiu as negociações com os credores até ao referendo de 5 de julho sobre a proposta de acordo apresentada pelas instituições (UE e FMI). "
Diana Dias nº13
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